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Água tóxica- Cincoonline casino uk fast withdrawal - bacias brasileiras com contaminação

Desde que os bandeirantes se depararam com as primeiras pepitas de ouro enquanto atravessavam a Serra da Mantiqueira para assassinar indígenas e extrair recursos naturais ÁguatóxicaCincobaciasbrasileirascomcontaminaçãonline casino uk fast withdrawal -para a colônia, teve início uma saga de degradação das paisagens brasileiras e exploração de seus povos, que, há cinco séculos, é renovada em novas temporadas, em diferentes territórios pelo país. A cada trama relacionada à mineração, seja legal ou ilegal, os personagens são os mesmos e o desenlace ainda é muito parecido com o do período colonial: expropriação de riquezas e violação de direitos de comunidades tradicionais por parte de conglomerados internacionais.

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Um dos principais rastros deixados pela atividade está relacionado à qualidade da água nas áreas mineradas, por conta de diferentes fatores. A contaminação dos recursos hídricos pode ocorrer de três maneiras na mineração: por meio do alto consumo de água para beneficiamento do minério; por meio do rebaixamento do lençol freático durante a etapa de extração do minério, diminuindo o fluxo de água dos rios e impactando também a recarga dos aquíferos; e por meio de rejeitos com concentração de substâncias tóxicas que são levadas até os recursos hídricos pelo escoamento superficial das águas, através de rompimentos ou transbordamento de barragens.

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Esse último é o caso dos clássicos episódios das bacias do Rio Doce e do Paraopeba, em Minas Gerais, cenário de rompimentos de barragens que contaminaram centenas de quilômetros de rios, matas e solos, configurando os maiores crimes ambientais do país.

A devastação da Amazônia não é diferente do que já foi experimentado em Minas. Desde o último século, a busca pelo ouro assolou diversos territórios da região, como a Serra Pelada, que ficou eternizada pela destruição ambiental e social, registrada pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado.

Os mais afetados no caso da Amazônia são os indígenas. Além dos povos Yanomami, que recentemente ganharam as capas de jornais pelos cenários de completa devastação promovido pelo garimpo ilegal em suas terras, todos os indígenas do povo Munduruku, no Rio Tapajós, que participaram de um estudo da Fiocruz e do WWF Brasil estão afetados pela presença do mercúrio nos rios. Seis a cada dez dos participantes, apresentaram níveis acima do limite máximo de segurança estabelecido por agências de saúde.

Mas não apenas a mineração ilegal atinge a região. Em 2018, a contaminação de rios em Barcarena (PA), por rejeitos tóxicos da multinacional norueguesa Norsk Hydro, afetou 40 mil pessoas e resultou em uma ação internacional na Corte Europeia de Direitos Humanos.

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Os casos de contaminação da água estão entre os mais graves danos causados para os territórios explorados, tendo em vista que as águas dos rios fazem parte de toda a rotina das comunidades ribeirinhas: é utilizada para o consumo, preparo de alimentos, pesca e banho. Em muitos casos, os peixes dos rios, sua principal fonte de proteína, também são contaminados.

Por isso, a água é considerada um indicador da qualidade de vida de uma população, especialmente no caso de territórios rurais. Ela é um ativo essencial também para o território, para o espaço de convivência, para as questões socioambientais, culturais e econômicas.

Nesse contexto, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) tem atuado em Bacias de todo o país para apoiar comunidades atingidas - não só pelo rompimento, mas também pela operação de barragens e de empreendimentos que comprometem direitos básicos da população, como o acesso ininterrupto à água potável, à informação, à participação e a um padrão digno de vida.  

Confira a história de cinco bacias brasileiras contaminadas pela mineração.

1 - Bacia do Rio Paraopeba - Congonhas (MG)

No mês de março de 2023, moradores do histórico município de Congonhas (MG) receberam água com lama diretamente nas torneiras da sua casa por conta de uma operação das mineradoras Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Ferro+. O tráfego de caminhões de minério das empresas causou dois rompimentos de uma adutora de água que abastece o bairro. Ao todo, os moradores ficaram 20 dias sem acesso à água potável. Segundo relatos, após o ocorrido, a CSN disponibilizou apenas 300 galões de água para abastecer o bairro onde moram cerca de 3 mil pessoas.

O bairro Pires fica na entrada do município e sofre há mais de dez anos com problemas de abastecimento e contaminação da água desde que a CSN causou o assoreamento de duas nascentes que abastecem a região: Boi na Brasa e João Batista, que estão inseridas na sub-bacia do Rio Maranhão, tributário da margem direita do Rio Paraopeba. O assoreamento ocorreu durante as obras de construção de uma estrada para o trânsito de caminhões pesados da companhia entre a Mina do Engenho e a BR 040.

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O ambientalista Sandoval de Souza explica que os bairros Pires e Barnabé são abastecidos com água bruta, ou seja, água captada no manancial, no seu estado bruto, sem receber qualquer processo de tratamento. Por isso, na época do assoreamento, a população ficou 120 dias com água barrenta e inadequada para beber saindo das torneiras. Foram três anos sem acesso à água limpa. Durante esse tempo, o Ministério Público exigia que a CSN distribuísse galões de água para os moradores.

Mesmo depois de regularizada a situação, são recorrentes os casos de contaminação da água por conta dos deslizamentos de terras nas nascentes que abastecem a região. Segundo Sandoval, não é possível dizer que tipo de contaminantes a terra que suja a água pode ter. "Podem ser contaminantes orgânicos, químicos, coliformes fecais, mas não sabemos, porque a Copasa [Companhia de Saneamento de Minas Gerais] não divulgou análises dessas águas após casos de deslizamentos e turbidez", explica o ativista, que atualmente é membro do Conselho de Desenvolvimento e Planejamento Municipal (Codeplan).

"As nascentes que abastecem essas áreas estão dentro da propriedade da Vale, onde eles realizam sondagens. A lama que sai da sondagem vai direto para a nascente. Como não há tratamento, chega barrenta para nós", diz Geraldo Tarcísio Magalhães, morador de Barnabé, bairro afetado pela mineração, no caso da Vale.

Além da contaminação, Sandoval explica que existe também uma disputa pela água no município. "A CSN recebeu, em 2021, uma ampliação de sua outorga de água subterrânea (sem contar a de captação superficial) de 3.130 m³/h no pico da exploração, 24 horas por dia. O número corresponde a aproximadamente 6,5 vezes a água utilizada pela população de Congonhas", afirma o ativista.

O aumento de extração de água do lençol tende a causar redução da água superficial captada pela Copasa. Por isso, Sandoval conta que, eventualmente, a CSN precisa bombear água pra Copasa, para não comprometer o abastecimento da cidade. Ou seja, hoje, o município depende de uma cessão de água da empresa. Por conta disso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMF) tem um inquérito aguardando perícia sobre a operação de bombeamento de água de lençol freático que oferece riscos para o abastecimento e a saúde pública no município.

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT-MG) também enviou um ofício parlamentar de requerimento de informações à Copasa solicitando a produção de estudos "hidrogeológicos" e ambientais sobre a interferência de mineradoras (como a CSN, Gerdau e Vale) na quantidade e qualidade da água dos mananciais de Congonhas.

Sandoval, que atuou por 30 anos em usinas de beneficiamento de minério, ressalta que criar procedimentos seguros para a atividade é essencial, tendo em vista o aumento da escala da mineração na região. "Os planos de expansão são absurdos. Querem triplicar a área de exploração", conclui.

2 - Bacia do Rio Doce - vários municípios de Minas Gerais e Espírito Santo

Desde 2015, quando o rompimento da Barragem do Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, a 35 quilômetros do centro de Mariana (MG), causou o vazamento de milhões de toneladas de lama tóxica no Rio Doce, os moradores de pelo menos 40 municípios de Minas Gerais sofrem com efeitos da contaminação do território. No episódio, os rejeitos da mineradora se espalharam por mais de 650 quilômetros, desde sua fonte até o oceano Atlântico. A responsabilidade é diretamente atribuída à mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, e às falhas de regulação do governo brasileiro.

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Hoje, a calamidade é considerada o pior desastre ambiental do Brasil. Apesar da empresa Vale ter apresentado um estudo que nega a presença de metais pesados na Bacia, um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) publicou, em 2019, uma análise feita no solo, água e leite de vaca nos municípios atingidos pela lama do rompimento da barragem que mostra resultados extremamente preocupantes.

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